quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

O Vulto Negro


Acabo o treino, Olho para o espelho...
Vejo um vulto negro,
Cara pálida.
Uns olhos pintados de preto olham para mim.
Vejo uns olhos castanhos, vítreos,...nebulados como o nevoeiro que se encontrava lá fora, caracteristico de uma noite de Outono.
Reflectido neles vejo a tristeza a chamar,
O desespero a gritar,
E a solidão a chorar.
Saio lá para fora,
Um nevoeiro intenso que não me deixa ver a Lua (minha
amiga) e as estrelas (suas filhas) envolve-me.
À medida que avanço
Vejo um vulto negro espelhado
nos vidros do primeiro carro,
No segundo já vejo a mesma cara pálida com a tristeza reflectida nos olhos vítreos,
No terceiro, já não vale a pena olhar, pois sei que o vulto negro me vai sempre acompanhar.
Chegada ao local de espera apercebo-me da enorme densidade do nevoeiro, maior do que quando saíra, Como se este tivesse aumentado e fosse aumentando a cada expiração que eu libertava, deixando o vapor de água a flutuar no nada.
Eis que chega o meu meio de transporte para o meu lar quente e confortável,
Mas não suficientemente comfortável para o meu Vulto Negro.

1 comentário:

Xico Rocha disse...

Vultos negros carecem de luz, nas trevas eles desaparecem.
Abraços
Xico Rocha