E em caminho já eu devia ter avistado.
Vindo de mansinho, como que inofensiva,
E acaba deixando-me armadilhada;
Presa e envolta de teias tecidas distraidamente por mim própria.
E o que resta é sempre o mesmo.
Agora flui em vermelho,
Das minhas costas; das minhas pernas...
De linhas transversais em fios finos requintados,
Como se nada mais pudesse fazer senão escorrer,
Aquele líquido fervente de ferro,
Que aquece e congela sem avisar.
Arde lembrar que existe,
Arde de culpa;
Arde de fúria;
Arde de vergonha;
E arde de arrependimento.
Não sarará.
Não até ser aceite
Não até ser perdoado.
Não enquanto arder por dentro de culpa e dos remorsos,
E de gelar por fora da ausência propositada.
19.9.09
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